domingo, 15 de dezembro de 2013

Alietro

Alietro é uma fanfic sobre aparentemente amigos que se relacionam, mais conhecido como Amizade colorida. Alietro não tem continuação, seus capítulo são misturados, apenas como se fossem vividos um dia sim e outro não. O nome Alietro surgiu da junção dos nomes "Alice" e "Pietro".

Eu li e me apaixonei. Leiam vale muito a pena. Aqui vai uma pequena palinha para vocês.

Capítulo 1. "Eu não beijei você. A tequila beijou." — Alietro.
 
Parei o carro.
— Cara. O quanto eu bebi?
— Me chame de burro, mas depois de certo número minha capacidade de contar foi derrotada.
— Você é um anjo, sabia? — e inclinou-se sobre o meu banco pra me beijar. Agarrou meu cabelo, na nuca, me prendendo por um tempo.
Segurei o queixo dela com a mão e retribui o beijo, mas logo a afastei suavemente, sem querer dar a impressão de estar rejeitando-a ou sei lá. Mulher é sensível, mulher bêbada é 10x pior. Deixei meu dedo indicador sobre nossas bocas, separando-as.
— Eu sou. Não tá vendo minhas asas?
Senti a mão subindo pelo meu joelho, coxa também, pelo lugar onde vem depois da coxa… O caminho todo até as costas, e senti indo pra baixo da minha camiseta.
— Não achei suas asas. Mas não sei se procurei com muita vontade.
Arranhão. Com a outra mão, pegou o meu pulso. Deixei que fizesse o quê quis. Levou minha mão até seu rosto, e mordeu meu indicador de leve. Eu sorri.
— Se eu fosse você, fugiria.
— Mas você não é…
— Dez segundos de vantagem.
— Isso é uma insinuação de que eu tenho alguma deficiência ou?
— Eu poderia abusar de você nesse estado — mudei de assunto.
— Então abuse — com tom de voz de “você não é capaz”.
— Você bebeu… E tá fazendo coisas que não faria se estivesse sóbria.
— Obrigado pela análise, senhor psicólogo. Mas não dizem que o álcool só te leva a fazer o que você não tinha coragem quando estava sóbrio? Então. É meu caso. Sou louca por você.
Voltou a me beijar, dessa vez com mais vontade. Mantive os olhos abertos.
— Você não acha — eu disse relutante entre o beijo — que talvez seja hora de entrar?
— Boa ideia… — ela sussurrou com a boca colada na minha. — Vem comigo. Minha cama é grande. O sofá nem tanto, mas a gente pode ficar agarrados e aí…
Eu ri.
— Não… Você entra, e depois eu vou pra casa… Sabe. A minha. Sozinho. E você fica aqui. Na sua. Sozinha.
— Ou… A gente pode ficar aqui no carro e aproveitar o seu banco de trás. Adoro banco de couro.
Fiquei sério.
— Ok — ela disse quando viu minha expressão, levantando as mãos como se rendesse. — Mas eu vou precisar de ajuda.
Desci do carro e corri até a porta dela, abrindo-a em seguida. Estendi a mão e ela a pegou. Andamos em direção casa e ela entrelaçou os dedos nos meus, apertando nossas mãos. Gay, pensei… Mas não tão ruim. Ela tropeçou algumas vezes, nos próprios pés, e ria alto de si mesma, o som ecoando pela rua vazia. Soltei sua mão quando chegamos à entrada e me virei de frente pra ela.
— Chave? — perguntei.
— No meu bolso de trás — ela respondeu, com um sorrisinho.
E lá vamos nós…
— Então me dá — estendi a mão.
— Vem pegar.
Tive a leve, levíssima impressão que ela não se referia apenas a chave.
Ok, sei jogar esse joguinho. Puxei-a pela cintura até que o corpo dela ficasse colado ao meu e não desgrudei meus olhos dos dela. Desci minha mão, até chegar no bolso de trás e enfiei a mão nele, pegando as chaves em seguida. Confesso que deixei a mão lá um pouco mais do que o necessário. Sorri. Ela sorriu de volta como se dissesse “perdi a batalha, mas não a guerra”. Andei até a porta e enquanto tentava abrir, um pouco atrapalhado com as chaves, senti uma mão subindo pelas minhas costas, por baixo da camiseta… De novo.
— Você não cansa?
— De você? Eu não.
Ri de novo.
— Sério… — enquanto descia a mão pra minha bunda. — Se eu fosse, sei lá, prefeita? Eu ia decretar uma lei onde você não pudesse usar camiseta. Nunca.
Virei-me.
— Sério. Para com isso.
Tentei falar no tom mais sério possível. Ela ficou na pontinha dos pés, pegou meu rosto entre as mãos e me deu um selinho, depois fez um bico. Derreti um pouquinho.
— Ok.
— Ok — repeti. — Vou te colocar na cama.
— Ficar comigo lá também?
Fiz uma careta.
— Até eu dormir.
— Vou pensar no seu caso.
Entramos em casa, e ela puxou meus braços por cima dos ombros dela. Abracei-a por trás, dei um beijinho na bochecha enquanto subia com ela pelas escadas e pensei que aquilo tudo realmente era muito, muito gay e se ela fosse contar pra alguém, eu negaria que esse lance de entrelaçar dedos e abracinhos aconteceu. Depois que tive certeza que ela não ia vomitar tudo que tinha bebido nem me assediar um pouco mais, coloquei-a na cama e deitei uns 15 minutos com ela, de conchinha. De novo, gay…
— Pietro? — com a voz sonolenta.
— Alice — respondi.
— Obrigada.
— Por?
— Não ter se aproveitado.
Mais 10 minutos.
— Alice?
— Pietro…
— Dorme bem.
Mais uns beijos.
Mas só quando cheguei no carro me toquei que nenhum neles tinha tido gosto de álcool


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